quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Opinião - Em que acreditar?

Estudo divulgado no início da semana pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) mostra que o índice de desemprego entre as pessoas que concluíram o ensino médio no Brasil é de 6,1% da população ativa, enquanto entre as que não terminaram o curso é de 4,7%.
Os responsáveis pelo levantamento manifestam que o resultado vai na contramão da tendência verificada nos países ricos, onde a melhor formação educacional proporciona mais oportunidades de empregos.
A OCDE tem abrangêcia internacional. O seu estudo, com base no ano de 2010, foi desenvolvido em 38 países. Denominado Olhares sob a Educação 2010, o levantamento tem o objetivo de alinhavar paralelos entre a formação educacional e o emprego.
Outro levantamento, o da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o nosso IBGE, apresenta um resultado contrário.
A pesquisa do IBGE mostra que a população sem trabalho e a procura de emprego subiu para 8,4 milhões de pessoas entre 2008 e 2009 no Brasil, o que significa aumento de 18,3%, considerado a maior taxa de elevação desde 2001. Já a taxa de desemprego, que fechou em 7,1% em 2008, subiu no mesmo período para 8,3%.
Aqui aparece a diferença com o resultado da pesquisa da OCDE. Pelo IBGE, o desemprego é maior entre os trabalhadores que não concluíram o ensino médio: 13,9% em 2008 e 15,4% em 2009. O índice subiu de 8,1% em 2008 para 9,7% em 2009 no universo de trabalhadores que tem o ensino superior incompleto. Já entre os profissionais com o ensino superior completo, o índice foi de 3,6% em 2008 e subiu para 3,7% em 2009.
Deve ser considerado que o período analisado pelo IBGE é o do ano de 2009. Já no estudo da OCDE, o relatório apresentado esta semana tem como base o ano de 2010. Mas, em se tratando de um levantamento, haveria tanta diferença entre um período e outro?
De qualquer forma, parece mais sensato acreditar nos números da OCDE. Pois com base em levantamentos de diferentes fontes de pesquisa, entre os governamentais e os privados, fala-se em aumento da oferta de empregos com ênfase e entusiasmo. Mas pelo que se percebe as oportunidades são mais acentuadas realmente entre os trabalhadores com formação educacional inferior.
Há muita gente escondendo o diploma universitário no fundo da gaveta. E não é pelo prazer de trocar uma vaga na qual sem investiu anos de estudo por alguma atividade Zé, light. É por falta de emprego mesmo e, conseqüentemente, pelas oportunidades nem sempre serem justas.

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