sexta-feira, 25 de junho de 2010

Crônica - Sem tempo para ver um empate

Andei preguiçosamente pelo Calçadão de Londrina durante o segundo tempo de Brasil e Portugal, aquele jogo que terminou em zero a zero não por mérito das duas defesas, mas por fracasso daquela linha para frente. Ou as zagas também falharam? Será que nestes times não tinha zagueiro marcador nesta sexta-feira? Em partidas anteriores eles, no mínimo, aumentaram a vantagem no placar, quando não salvaram a pátria.

As lojas desceram suas portas. As farmácias uniram o útil ao agradável. Abertas, reuniram os funcionários na entrada, diante dos aparelhos de tevê, e aproveitaram para aumentar as vendas recebendo fregueses.

Vi pelo menos dois catadores de papéis durante o percurso, que foi muito demorado. Aliás, tão longo quanto os 45 minutos do segundo tempo, que pareciam não acabar a cada tentativa da seleção portuguesa descer para a meta defendida pelos brasileiros.

Com seus enormes carrinhos eles não perderam tempo. Cataram, amontoaram e seguiram adianta, sem ligar para Brasil e nem Portugal. Ganharam o dia trabalhando duro enquanto boa parte do país parou com os olhos grudados na tela da televisão, perseguindo a bola que não chegou ao gol adversário.

E daí? Futebol é uma caixinha de surpresa, diziam no passado os comentaristas do esporte. Um dia a gente ganha, noutro dia a gente perde. E de vez em quando a gente empata e continua na jogada, enganando o nosso ego.

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