Há 3 anos
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Bonitas camisas, Fernandinhos
Dois Fernandos que o Brasil já teve apertaram o cerco em torno de importantes conquistas dos trabalhadores e tentaram acabar com os efeitos de algumas delas. Pagamento de campanha ou simples prazer de beneficiar patrocinadores? Na pior das hipóteses, prazer sim. Mas de achatar o trabalhismo nacional.
Fernando Collor foi um deles. Defensor da idéia de que tudo o que é de fora é bom, ensaiou um neoliberalismo de proveta. Conseguiu encolher o modernismo e o crescimento, ao transformar um capitalismo selvagem e um monstro sem olhos, sem ouvidos, sem nariz e sem boca.
O outro Fernando, o que fez de diferente? Discursou muito. Rei da teoria e dos conceitos estrangeiros, avacalhou com o trabalhador para aliviar a tensão da corda esticada pelo empresariado. Tentou legitimar a informalidade, feita por milhares de brasileiros que não tinham emprego.
Na realidade, não somente os dois, mas outros que tivemos antes (na foto, um deles - fez muito escrevendo um livro e ganhou cadeira na academia) e este de agora, que vimos frequentemente em fotos captadas no exterior, sempre viram os encargos trabalhistas como os inimigos declarados da iniciativa privada. Esquecem que eles próprios contribuiram para tornar a economia brasileira um pesado avião que não consegue decolar.
Donos de inteligências perigosas, todos enganam. É o que se vê, pois conseguem retornar ao poder mesmo que tenham sido tirados dele à força. Ou será que nós, eleitores, somos realmente burros?
Se Lula é estadista, conforme avaliam algumas grandes personalidades políticas do exterior, então temos que assumir a nossa ignorância. Pois, cá pra nós, ele é o rei do assistencialismo e desse trono obtém dividendos eleitorais.
E se o passado é o melhor parâmetro, então temos na cabeça da briga presidencial dois sucessores de nada. Dilma e Serra são o continuismo de alguma coisa que deu certo para apenas alguns. Ou a enorme onda que remexe a corrupção, de um canto a outro do Brasil, é apenas uma coincidência?
Ah, vão dizer que a origem disso está no descobrimento e na colonização. E então? Justifica alguma coisa? Nada.
Mas o Dunga está levando os boleiros para fora. Curitiba, se for tomado como base a euforia dos jornalistas esportivos cá da terra, viveu momentos de glória. Cá no Norte do Estado vimos vitrinas timidamente enfeitadas de amarelo, verde e azul. Decoração bem mais fraca que a da comemoração da independência.
Talvez porque, na inconsciência, todos sabem que ainda esperamos pelo grito da dignidade, apesar de um tempo incerto. O Brasil de Dunga traz a taça? O Brasil de Serra e Dilma continuará achatando a qualidade de vida dos trabalhadores, aposentados e pensionistas? O Brasil de Lula continuará palco de escândalos?
Sem respostas, vamos continuar enviando donativos para o Haiti. A Caixa Econômica Federal continua em campanha por contribuições, conforme se lê nos caixas eletrônicos do banco. Isso quando eles funcionam.
Terá, portanto, toda razão o leitor que considerar este texto uma salada mista. Pois, como na política, hoje estamos aqui para confundir.
A foto extraída do Google é para ser emoldurada e pendurada na parede da sala. Mantenha no quadro um espaço em branco para incluir o Lula.
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