segunda-feira, 17 de maio de 2010

Curtas - Só para quebrar o gelo


Sem jogada dupla


Débora Lyra, escolhida Miss Brasil 2010, doou o vestido que usou no concurso para o Santuário de Aparecida, em Aparecida do Norte. Não me pareceu armação. Acredito que não houve jogada de marketing de ambos os lados, a igreja e a miss. Débora, que venceu por Minas Gerais, nasceu no Espírito Santo, onde foi despontada para o mercado da beleza.

Uma promessa?

Ela apareceu na missa de domingo de manhã, transmitido para todo o Brasil. Sem alarde, misturada no meio da multidão de fiéis e pouco antes da oração a Nossa Senhora entregou o vestido para a igreja. Se for isso mesmo, mostra que Débora não cedeu ao oportunismo e, como pessoa de fé, apenas fez um gesto de gratidão. Ou terei que recorrer a Milan Kundera e acreditar na insustentável leveza do ser?

Direito de ser vulgar

Vou usar palava chula, não posso me conter. Certo dia, no centro de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, eu e dois colegas jornalistas seguíamos de carro. Pouco antes de uma curva um motociclista cortou a frente e, para ajeitar a sua condução de duas rodas na pista, fez aquele jogo de balançar as nádegas de um lado e de outro do assento. Meus colegas apelaram:

- Walter, o motocisclista peidou na nossa frente (esta é a palavra chula do texto).

Olha, foi duro convencer os dois que o motociclista apenas jogou o corpo de uma lado ao outro para ajudar na curva. O importante é que eu aprendi a lição. Sou motociclista e, desde então, faço as curvas devagar para não ter que rebolar diante de um motorista maldoso.

Aliás...

Está difícil andar de moto nesta cidade. E a culpa não é só do trânsito. Com o grande número de registros policiais envolvendo motociclista e garupa, em assaltos no centro e bairros de Londrina, a polícia pára qualquer um que use um boné embaixo do capacete. Boné e moto, portanto, neca...

Nos semáforos, então

Outro dia sai com a porta do passageiro do meu Uno aberta. Num semáforo, o motociclista parou do ladinho e me fez um sinal. Confesso que tremi. Ele empurrou a porta e a fechou. Por culpa de uns, a gente desconfia até dos solidários. Agradeço aquele rapaz, que depois eu percebi: era um trabalhador de uma empresa conceituada, conforme o macacão que vestia. Muito obrigado, desconhecido, pois no momento não pude agradecer pelo seu ato!

Variações de um mesmo tema

- Na entrevista de emprego – A senhora tem inglês fluente e avançado? Tenho os dois. Mas agora, com 56 anos, ele não tem sido muito fluente. Mas tenta ser avançado. Como assim? O meu marido é inglês, sempre teve imaginação fértil no quarto, mas ultimamente, com a idade, deita, dorme e ronca que nem um porco.

- Na fila da agência de empregos – Você tem especialização? A vaga exige uma especialização. Ih, eu não tenho, onde está escrito isso? Nas exigências mínimas, você não viu? Não. E agora? Esta você já perdeu, mas volte para casa, entre num site e compre um certificado daquelas faculdades lá do interior. Mandam pelos Correios...

- Na sala de espera de uma empresaEu tenho MBA. Fiz na fundação tal. Tive fulano como professor e... Dos demais presentes no recinto, dois se desculparam e disseram que iam lá fora fumar. Outro alegou sede. Três justificaram que estavam com vontade de urinar. Até a recepcionista, que fazia de conta que não ouvia nada, pegou o telefone que nem havia tocado e simulou atender um cliente.

- Opus dei – Mas juro, foi só o opus. O resto não dei nada. E viva Navarra, no Brasil uma excelente geradora de "líderes" dominadores no mercado de trabalho.

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