Certa vez um colega retornou dos Estados Unidos, onde permaneceu por cerca de um ano, e comentou comigo que lá ninguém se incomoda em trabalhar nos sábados, domingos e feriados.
Claro, a relação de trabalho é diferente por lá. Ganha-se pelo que se trabalha. Então quanto mais a pessoa trabalha mais ela ganha. Assim também é no Japão, com os dekasseguis. Alguns dos brasileiros que estão no país do sol nascente brigam para fazer jornadas extras. Nos bons tempos, antes da crise, havia brasileiros que trabalhavam 18 horas por dia.
Aqui, pelo contrário, inventaram a compensação e transformaram esse negócio desaforado em algo legítimo. O trabalhador faz horas extraordinárias mas não ganha o excedente em dinheiro. Ele é obrigado a compensar com folga. Ou seja, se trabalhou no domingo, o padrão escolhe um dia da semana de pouco movimento e dá folga.
É bom lembrar: esse negócio surgiu lá no ABC do Lula, para evitar demissões. Os demais sindicatos entraram no jogo e aderiram. Os patrões gargalharam de felicidade.
Agora, se estes patrões querem manter as portas abertas nas tardes de todos os sábados, a receita é simples: pague pela hora trabalhada em dinheiro, e não em folga.
Na foto acima, trecho reformado do Calçadão de Londrina na manhã de sábado, dia 22 de maio de 2010. Movimento muito aquém de certas pretensões. Veja que o que dá cor são as barracas dos artesãos.
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